'Trará esperança', diz mãe que obteve na Justiça direito a fertilização in vitro
UMA
CRIANÇA SERÁ GERADA PARA DOAR MEDULA A ANA JÚLIA, DE 8 ANOS.
PORTADORA DE GRAVE DOENÇA GENÉTICA, CRIANÇA PODE SER SALVA POR TRATAMENTO.
A obtenção na
Justiça do direito a uma fertilização in vitro com embriões
selecionados custeada pela rede pública de saúde do Rio Grande do Sul deixou a
família da pequena Ana Júlia, de 8 anos, duplamente empolgada. Além de ter a
chance de curar a menina, portadora de uma grave doença genética, os pais da
menina já celebram a futura chegada de mais um herdeiro.
"Vai
ser uma alegria para a casa, vai animar. Vai trazer esperança para nós. Vai
contagiar todo mundo, porque nós adoramos criança", festeja a dona de casa
Tassiane Donin, mãe de Ana.
A
família mora em Vista Alegre
do Prata, na Serra gaúcha. A menina precisa de uma doação de medula
que não é convencional e, por isso, existe a necessidade de gerar um irmão
compatível. Assim, ela realizará dois desejos em um.
"E
ela sempre pediu, sempre dizia para nós que queria ter um maninho ou uma
maninha. Vai dar tudo certo. Estou bem confiante e acredito que Deus está do
nosso lado", conta a mãe.
Conforme
a decisão divulgada pelo Tribunal de Justiça (TJ-RS), o Estado do Rio Grande do
Sul e o município têm 15 dias a partir notificação judicial para realizar o
tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou hospital conveniado, sob pena
de ter o valor bloqueado. O custo do procedimento é de R$ 33,5 mil.
Ana
sofre de Beta Talassemia Major, doença rara que provoca uma anemia grave a
partir de uma mutação genética. A enfermidade causa problemas na produção de
hemoglobina, proteína do sangue responsável pelo transporte do oxigênio para
todas as células, tecidos e órgãos do corpo, e pode matar em até três anos os
pacientes que ficam sem cuidados.
Em
casos como o da menina, a expectativa de vida pode ser elevada até os 10 anos,
mas transfusões de sangue devem ser feitas a cada 15 dias. O processo é
doloroso, conforme o relato da própria menina. "Tenho que ficar levar
ficando picadas. De vem em quando não dá certo, aí na outra elas mexem a agulha
dentro e eu começo a chorar", conta Ana Júlia.
Fonte: G1 Globo.com