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Por uma ciência mais igualitária

Por uma ciência mais igualitária

  • 21 de Agosto 2015

Prêmio que incentiva participação das brasileiras na pesquisa científica chega à décima edição com sete vencedoras.

 Variações genéticas em nativos americanos. Códigos para resolver falhas na transmissão de informação por sistemas de comunicação. Formações de galáxias. As vencedoras da décima edição do prêmio nacional “Para Mulheres na Ciência”, anunciadas nesta segunda-feira (10/08), têm estudos bem diferentes e umacaracterística em comum: representam uma geração de talentos que lutam por igualdade de condições entre homens e mulheres na ciência brasileira.

Oferecido pela L’Oréal Brasil em parceria com a Unesco Brasil e com a Academia Brasileira de Ciências (ABC), o prêmio teve mais de 400 projetos inscritos em 2015. As sete ganhadoras receberão US$ 20 mil (convertidos em reais) como incentivo para seguir com seus estudos.

Premiada por um projeto que utiliza a matemática pura para estudar códigos corretores de erros, fundamentais na solução de falhas na transmissão de informação por sistemas de comunicação, como linhas telefônicas, Cecília Salgado diz que a conquista vai além da questão financeira. “Esse tipo de iniciativa é importante para dar visibilidade a pesquisas feitas por mulheres e mostrar que a mulher não tem uma forma diferente de fazer ciência. Muitas vezes o que falta é o estímulo – quase todos os grandes nomes daciência são homens”, ressalta a matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que torce para que outros pesquisadores se interessem pelo seu campo de estudos a partir de agora.

Para Elisa Orth, do Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná, o prêmio pode ser justamente um incentivo para que jovens do ensino médio e superior desejem se tornar cientistas, como ocorreu com ela mesma durante a graduação. “As mulheres vêm conquistando muito espaço e têm assumido cargos importantes na ciência brasileira. Prêmios como esse vão atrair cada vez mais mulheres para a pesquisa”, acredita a laureada, que trabalha com pesquisas no desenvolvimento de novos catalisadores que acelerem diversas classes de reações químicas, como enzimas artificiais que poderiam ser usadas para resolver problemas genéticos — relacionados a doenças como câncer, fibrose, mal de Parkinson, mal de Alzheimer, entre outras. Outro interesse de aplicação é destruir substâncias químicas nocivas à saúde humana, presentes em muitos agrotóxicos ainda utilizados no Brasil.

Segundo levantamento do chefe de gabinete da ABC, Fernando Veríssimo, as mulheres representam atualmente 13% dos membros da instituição. O número, pequeno, já foi muito menor: em 2005, primeiro ano do “Para mulheres na ciência”, elas eram apenas 8% do total. “Já houve melhora, mas esse contingente ainda é baixo. Podemos fazer mais que isso, temos mais mulheres que merecem ocupar esse lugar”, afirma Jacob Palis, presidente da ABC.

Se a lentidão das mudanças nos últimos dez anos ainda mostra que há muito a avançar, Orth argumenta que as novas gerações estão dispostas a provar que são capazes de mudar este quadro. “Eu acredito que esse número irá aumentar cada vez mais, visto que temos uma geração de muitas mulheres cientistas extremamente competentes. Claro que enfrentamos alguns preconceitos, mas só nós podemos provar o contrário: fazendo ciência de qualidade com ética e dedicação”, ressalta. 

 

 

 Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/

Fonte da Imagem: http://1pokodtd.blogspot.com.br/

 

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